HISTÓRIA DO JU-JITSU E SEU SURGIMENTO EM ANGOLA

Desde o seu aparecimento na terra o homem viu-se na obrigação e necessidade de lutar e se defender contra numerosos perigos. O lema que tem regido esta luta tem sido: “Violência pela violência”. Apenas uma minoria, dotada de certa habilidade e astucia, conseguem enfrentar os adversários, neutralizá-los ou vencê-los mesmo quando são em número superior.A documentação mais antiga até hoje encontrada, relativa a estes combates, está representada nas cenas murais dos antigos túmulos reais egípcios.

Na China e Japão estes documentos surgem paralelamente com os tempos mitológicos no Nakanigav, manuscritos japoneses, viu se como os deuses Kashima e Kadori praticavam torções para submeter os fiéis que lhes desobedeciam.


Mas entre este período (séc. VI) e o regime do Hojo (séc. XII – séc. XIV) não foi organizada qualquer escola com carácter pedagógico. É após este período que os diferentes métodos empregados começaram a sistematizar-se em escolas diversas. Em cada um destas nasce um sistema diferente de defesa e ataque; E assim, apesar dos métodos aplicados pos essas escolas serem similares, para um a qualificação de luta surgem homens como Kempo, Yawara, Kugosoku, Cawiuchi e outros, os quais se basearam em princípios idênticos. Criou-se assim o Ju-jitsu, um desses sistemas, tinha sido introduzido no Japão pelos chinesesChin Gen Pin e Chuan Yuan Pin durante a dinastia chinesa Ming, a prática dessa luta adquire uma importância igual à de formas anteriores de luta durante o período de Tikugawa, no séc. XVII.Conta se que por volta de 1600, Chin gen Pin imaginou algumas torções e golpes perigosos, que tinham como objectivo o afastamento e eliminação do adversário, Chin mudou-se para o actualTókio e vendeu esta arte aos guerreiros Samurais da Casta dos Daimio, à qual tinha sido proibida a utilização de armas. Esses guerreiros, ao serem obrigados a se defenderem desarmados, com a pratica desses golpes e torções, levaram o Ju-jitsu a um alto grau de aperfeiçoamento.


É também de tradição que o médico japonês AkyYamaShirobeiYoshitoky, residente em Nagasaki, partiu à China onde estudou artes de luta sem armas sob ensinamento do chinês TakuTei mestre desta especialidade. Aky aprendeu e admirou o domínio perfeito dos três “Te” (golpes), assim como dos vinte Kussui-ho (formas de ressurreição). Com estes conhecimentos regressou ao Japão e os difundiu. Mas os discípulos descontentes com o escasso número de golpes que dominavam, foram abandonando pouco-a-pouco, perante esta situação Aky retirou-se para Takushi e no templo de Teumangu permaneceu durante cem dias, estudando uma forma de aumentar o número de golpes; após este período conseguiu cento e três.


Um dia em que estava a estudar no interior do templo, chegou à porta e observou um facto que o encheu de admiração: viu, durante umatempestade, como os salgueiros não sustiam a neve que caía nos ramos, mas cediam ao seu peso; no entanto, algumas árvores sustiam a neve por serem mais fortes, embora, depois de um tempo quebrassem estrepitosamente. Durante tal fenômeno deduziu que a flexibilidade – pensou – pode aplicar-se inteiramente ao agir do ser humano. Depois regressou à casa e fundou uma escola que designou por “Joshionryouy” (medula de salgueiro)visto que o seu sistema de combate se baseava na “flexibilidade” do salgueiro. Deduziu a importância do “não se opor a força” mas “ceder perante ela” já que esta era a forma de vencer a resistência com a “não resistência”. Este principio é o que tem guiado e esquematizado a forma de luta e defesa a ele inerente, chamado Ju-jitsu.


Como já dissemos crê se que o Ju-jitsu foi introduzido no Japão pelos chineses; no entanto o seu aperfeiçoamento e progresso deve se ao esforço e tenacidade dos japoneses.Pouco tempo depois e com base nos estudos de Chin Gen Pin e AkyYama o Ju-jitsu adquiriu importância enorme. Cada escola que surgia estava especializada em um ramo específico: umas em torções, outras ainda em luxações, outras em estrangulamentos, etc., mas nenhuma possuía no seu ensino um método completo.


Na época houve, indubitavelmente, circunstancias que favoreceram a expansão da modalidade; entre as principais podemos destacar:


☆ Quando ainda não existiam armas de fogo perdiam-se muitas vezes durante os combates as armas utilizadas, por motivos diversos. Torna-se então imperiosa a necessidade da defesa desarmada.☆ A proibição do uso de armas brancas de grande dimensão embora fosse permitido empregar punhais e armas análogas.


☆ Serem poucos os que possuíam licença de usar armas.Devido a essas circunstâncias, o Ju-jitsu alcançou grande desenvolvimento.Para ensinar os exercícios, a escola de Shi Nos Hiudo, fundada por Yama Moto TabizayeMon e de YoshinRyou, classificaram os mesmos em três grupos:


☆ Shodan aprendizes


☆ Chudan→médios


☆ Jodan→ superiores


YanagiSekiziMinamotoMasatari foi o fundador do TenshonShin-do-Ryu. Nasceu em Mutsukaza, em Seisshin. Dotado de extraordinárias faculdades para práticas de artes militares, com 15 anos foi para Quisto onde durante sete anos estudou Ju-jitsu com o mestre HitotsuyauaGiAribe. Uma vez conseguido o domínio da arte de luta, dedicou-se a percorrer o país enfrentando vários adversários dos quais saiu sempre vitorioso.


Permaneceu alguns anos em Fusatsu, em joshiu, onde, ensinando os seus conhecimentos, atraiu numerosos discípulos, yanagi foi o criados dos actuaisatemis (golpes aplicados à pontos vitais do corpo humano), com os quais conseguiu a arte de causar, como lhe chamou, “a morte aparente”; paralelamente começou a aplicar o “Kwappoy” ou “arte de ressureição”.Fixou o número dos “Te” ou golpes, em cento e vinte e quatro. Finalmente, viajou muito e alcançou tal forma que o numero dos seus discípulos ascendeu a cinco mil.


Após a homogamia dessa escola, houve um largo período de tempo durante o qual o Ju-Jitsu permaneceu no esquecimento.


Foi mais tarde um alemão, Doutor Baelz, professor da universidade de Tóquio que reavivou o interesse pelo Ju-jitsu, criando um grande entusiasmo em todo o Japão.Antigamente haviam vários estilos de Ju-jitsu e cada lutador tinha seu estilo próprio. Por isso o Ju-jitsu era conhecido por vários nomes, tais como: Kumiuchi, aiki-ju.jitsu, koppo, tai-jutsu, gosoku. Oshi-no-mawari, yawara, hade, juntai-jutsu, shubaku e outros.


No fim da era Tokugawa, existiam cerca de 700 estilos de Ju-jitsu, cada estilo com características próprias. Alguns davam mais ênfase às projecções ao solo, torções e estrangulamentos, ao passo que outras enfatizavam golpes traumáticos como socos e chutes. A partir de então, cada estilo deu origem ao desenvolvimento de artes marciais conhecidas actualmente de acordo com as suas características de luta, entre elas o judo, o caraté e o aikido.


Por muito tempo, o Ju-jitsu foi a luta mais praticada em todo o Japão, até o surgimento do judô, em 1882. O Ju-jitsu era tratado como uma das joias mais preciosas do oriente. Era tão importante na sociedade japonesa que chegou a ser – por decreto imperial – proibido de ser ensinado fora do Japão e/ou aos não japoneses, proibição que atravessou os séculos até a primeira metade do século XX. Era considerado crime de lesa-pátria ensiná-lo aos não japoneses. Quem o fizesse era considerado traidor do Japão, condenado à morte, sua família perdia todos os bens que tivesse e sua moradia era incendiada.


Com a introdução da cultura ocidental no Japão, promovida pelo imperador Meiji (1867 – 1912) as artes marciais caíram em relativo desuso em função do advento das armas de fogo, que ofereciam a possibilidade de eliminação rápida do adversário sem esforço de luta corporal. As artes de luta só voltaram a serem valorizadas mais tarde, quando o ocidente também já apreciava esse tipo de arte.


Queremos lembrar que o nome da arte pode ser escritaJiu-Jitsuou simplesmenteJu-Jitsu. Em geral usa se a grafia Jiu-Jitsu quando se refere à modalidade feita no Brasil, desenvolvido pelos irmãos Grecie; que de certo modo é diferente com relação ao Ju-Jitsu japonês, pois, o brasileiro usa mais as chamadas técnicas do chão.


Segundo a sua origem podemos desmembrar a palavra Ju-Jitsu pelas palavras originais japonesas: Ju (flexibilidade, gentil, suave) e Jutsu (arte, caminho, técnica).


A maior diferença entre o estilo tradicional (japonês) e o brasileiro talvez seja o uso de diferentes armas (bukiwaza) e também uma menor utilização da luta no chão no Ju-Jitsu tradicional, sendo que este utiliza também técnicas de controlo como o hojojutsu. Nesta arte também as graduações são diferentes, além de um maior vinculo aos usos e tradições japonesas. A ligação com o mestre é muito forte e são utilizadas com muita frequência expressões e nomes japoneses no tocante as técnicas. No Ju-Jitsu tradicional são utilizadas armas como o tanto(faca), o tambo (bastão), o kubotanou kashinobo(semelhante a uma caneta), atonfa (utilizada pelas forças policiais) o bo(bastão comprido) e a katana, entre outros.


Em Angola, os primeiros passos de Ju-jitsu foram dados pelo Mestre Manuel NsasiyaNdele que criou a academia “Ranger mãe” no bairro petrangol em 1985 e no ano seguinte o Mestre Dinamunito André criou o então CAFAM.


Depois de alguns anos, exatamente em 1993 surgiu a academia San Fonte fundada por Mestre Lukisa Domingos. E gradualmente foram surgindo outras academias como o San II, Nidan, Ranger I e II KakeJecumat, Kodokan, Boshido, Buk Pai, Força pacassa, Okinaju e Escorpião.


Alguns anos depoisforam surgindo tendências de criação de uma Associação. Dum lado o Mestre Dinamunito André juntou algumas academias e foram realizando actividades e entregou um pedido formal para a legalização da sua associação em 1997 intensão que não teve êxito. Doutro lado o Mestre Lukissa Domingos também mostrou intensão da criação de uma associação, juntando 16 academias passou a realizar actividades de competição e demonstração.


Em 2000 as duas alas deram entrada na Direcção Provincial da Juventude e Desportos, pedidos formais para legalização da associação, a Direcção por sua vez, tendo recebido dois pedidos, convocou as duas alas no dia 20 de Junho de 2000, e se constituiu uma única comissão instaladora para a APJJL (Associação Provincial de Ju-jitsu de Luanda), composta por elementos que faziam parte das duas comissões extintas que são:


Dinamunitu André, Lukissa Domingos, André Timoteo Tola, António Vawazola, Luvumbo João Buala, LiesseKabula Afonso, Manuel NsasiyaNdele, DiatezuaSalomao, NzuziNdombaxi Sebastiao, Adriano KissokaLupini e António Pedro Emous que liderou o grupo.


Em 2002 Mestres Lukissa Domingos, André Timoteo Tola, Luvumbo João Buala, MfumuLukoki Simão Vicente e Nzuzimavinga constituíram associações nas províncias de Bengo, Uíge, Zaire, Kuanza Sul, Huila e Malange que daria origem a comissão instaladora para a Federação da modalidade um ano mais tarde.


Em 2005 foram confirmados os Mestres André Timoteo Tola, MfumuLukoki Simão Vicente e Ramos Marinho David Junior como fundadores oficiais da Federação Angolana de Ju-jitsu (FAJUJ) e foi publicado no diário da república no dia 7 de Maio de 2008.

O Show de Wushu obteve grande sucesso em Angola

O Show de Wushu obteve grande sucesso em Angola

No dia 10 de Agosto, a Delegação da Associação de Artes Marciais da China apresentou um Show de Artes Marciais ( Wushu ) no Pavilhão Principal da Cidadela Desportiva, em Luanda.
As autoridades e personalidades angolanas de diverso setores sociais, o Corpo Diplomático acreditado em Angola e os representantes da comunidade chinesa compareceram no espetáculo.
Sr. Wang Wei, Encarregado de Negócios a.i. da Embaixada da China, Sr. Gao Xiaojun, Presidente da Associação de Artes Marciais da China, Sra. Exalgina Gambôa, Secretária de Estado da Cooperação de Angola, e Sr. Albino Conceição José, Vice-Ministro dos Desportos, proferiram discursos calorosos.
Sr. Wang Wei avaliou altamente as relações amistosas da cooperação bilateral sino-angolana, enfatizando que intercâmbios cultural e desportivo são pontes que ligam os dois povos com função de aumentar conhecimento mútuo e aprofundar amizade, esperando que surgir mais amigos angolanos amadores e praticantes de Wushu, assim sendo os “Embaixadores da Amizade”dos povos chinês e angolano de geração em geração.
Sr. Gao Xiaojun além de agradecer a hospitalidade e sentimento amistoso do povo angolano para com o povo chinês, apontou que Wushu originou-se da China, mas pertence ao Mundo. Espera que através do Wushu, o povo angolano conheça melhor a cultura chinesa.
         
Sra. Exalgina Gambôa lembrou de que a importância que atribui a paz e desenvolvimento fez da China o maior parceiro de desenvolvimento de Angola, assim como Angola é também o primeiro parceiro da China em África, e que a realização deste espetáculo é sem dúvida um momento de partilha entre os dois povos e uma oportunidade para promoção do intercâmbio cultural e desportivo entre as duas nações que têm relações de amizade e solidariedade desde longa data, augurando que a presença da delegação chinesa de artes marciais seja aproveitada para se lançar as bases de um intercâmbio regular de experiências e a realização de eventos em ambos os países.
Sr. Albino Conceição José esperou, através da realização deste Show, promover intercâmbios desportivos sino-angolano, e também o desenvolvimento da causa desportiva massiva em Angola.
          
O Show iniciou com a entrada dos atletas dos dois países de mãos dadas.
A Federação Angolana de Ju-Jitsu, a Federação Angolana de Taekwon-do e o Clube Angolano de Kung-fu apresentaram demonstrações respectivamente.
         
Os atletas chineses aprsentaram as variadas técnicas de Wushu, tais como espada, lança, pau, vara, leque, boxe, chicote, martelo, luta livre, etc.
         
A convite da Comissão Nacional de Angola para a EXPO2010 Shanghai, a Delegação da Associação de Artes Marciais da China chefiada por Sr. Gao Xiaojun efectuou uma visita a Angola de 9 a 11 de Agosto de 2010. O chefe da delegação teve encontros com Sr. Albino Conceição José, Vice-Ministro dos Desportos de Angola, e Sr. Gustavo da Conceição, Presidente do Comité Olímpico Angolano, nos quais as duas partes abordaram a intensificação de intercâmbio e cooperação desportiva entre os dois países, a divulgação de Wushu em Angola e os demais assuntos de interesse comum.

O poder do jiu-jitsu

Várias são as pessoas que criaram uma imagem negativa das artes marciais, dizendo que elas servem acima de tudo para a auto-defesa. A nossa equipa foi até ao Complexo Emirais, no Nova Vida, em Luanda, conhecer uma das “artérias” da Roger Gracie Academy, comandada em Angola por Hélio Pereira, um jovem angolano apaixonado pelo poder nas artes marciais e entender também quais são os propósitos do jiu-jitsu.
Durante duas horas acompanhámos os quase 30 alunos que lá treinam e entendemos melhor a filosofia do jiu-jitsu brasileiro, que é praticado neste ginásio e também em outros.


MENTE E CORPO
Foi um sensei de óculos graduados, quimono vestido e muita simpatia que nos recebeu a chegada no Complexo Emirais. O cenário não podia ser melhor, vários alunos preparavam-se para a aula, vestindo os seus quimonos brancos ou azuis para dali a quinze minutos, mostrarem a sua genica no tatame.
Hélio Pereira também já estava equipado, usando um quimono branco e a sua faixa preta. O sensei afirmou que sempre gostou de jiu-jitsu e que tenta buscar nesta arte a sua parte invisível, a parte espiritual.
“A filosofia do jiu-jitsu é a mesma que de qualquer arte marcial. Todas elas foram desenvolvidas a partir de técnicas de terapia, transformação do ser humano, ensinando-os a aniquilar o ego por completo e chegar ao ponto de observar as coisas simples da vida, de uma maneira mais profunda”, explicou-nos o sensei.


ARTE MILENAR
As artes marciais são um método alquímico e uma das suas grandes filosofias é ajudar o ser humano a ser o mais natural possível.
O jiu-jitsu, também conhecido pelas grafias jujutsu ou jiu-jitsu (em japonês jū significa “suavidade”, “brandura”, e jutsu signfica “arte”, “técnica”) era uma arte marcial japonesa que utilizava alavancas e pressões para derrubar, dominar e submeter o oponente, tradicionalmente sem usar golpes traumáticos, que não eram muito eficazes no contexto em que a luta foi desenvolvida, porque os samurais (bushi) usavam armaduras.
Basicamente, no jiu-jitsu usa-se a força (própria e, quando possível, do próprio adversário) em alavancas, o que possibilita que um lutador, mesmo sendo menor que o oponente, consiga vencer. No chão, com as técnicas de estrangulamento e pressão sobre articulações, é possível submeter o adversário fazendo-o desistir da luta (competitivamente), ou (em luta real) fazendo-o desmaiar ou quebrando-lhe uma articulação.
Segundo Hélio Pereira, existe uma diferença entre o “jujutsu” japonês e o “jiu-jitsu” brasileiro: “Os japoneses aplicaram as técnicas usando a força e os brasileiros aperfeiçoaram a técnica, e é este o jiu-jitsu que nós ensinamos aqui, pois somos “descendentes” da família Gracie. Eles foram uns dos maiores percursores desta arte no mundo, e até hoje formam muitos campeões”.


AS FAIXAS
Ao contrário das outras artes, no jiu-jitsu os atletas não fazem uso de katas (executar técnicas ou coreografias no vazio, avaliadas pela perfeição dos movimentos). Existem várias faixas ou cinturões no jiu-jitsu: para os alunos com menos de 16 anos, existem as faixas branca, amarela, laranja e verde. Já para os maiores de 16 anos existem as faixas branca (permanência mínima de um ano), azul (varia com o desempenho do atleta, normalmente 1 ano e meio, a 2 anos), roxa (varia com o desempenho do atleta, normalmente 2 anos), castanha (ou marrom como é chamada, normalmente 1 ano e meio), preta, coral (vermelho e preto – mestre) e vermelha (Grande Mestre).
Dos 30 alunos academia do Nova Vida, 5 são faixa azul, 2 roxa, 1 marrom, e os restantes têm faixa branca, e treinam para avançar. O critério para mudança de faixa é baseado na freqüência e na técnica do atleta. “Se um aluno treinar 3 vezes por semana, levará mais ou menos 6 meses a 1 ano, para mudar de faixa”, disse-
-nos o sensei.


NÃO TENTAR EM CASA
Hélio dá aulas há dois anos em Angola. Tenta trasmitir o jiu-jitsu de uma maneira saudável, para que as pessoas não usem a arte apenas para “lutar na rua”. “A técnica apurada do jiu-jitsu não exige força, como já disse. Esta arte permite ao mais fraco vencer o mais forte. É a união da perfeição e técnica externa, com o aperfeiçoamento do elemento interno”, realçou.
O sensei compara o mau uso do jiu-jitsu às descobertas de Einsten: “ele descobriu a energia atómica que, mais tarde, culminaria na terrível bomba nuclear… mas, será ele o culpado? Claro que não. Culpado foram os que não souberam direccionar tal descoberta apenas para boas coisas. O jiu-jitsu pode construir mas também destruir. Isso só depende do ensinamento que as pessoas recebem e também da mentalidade de cada um”.
O jovem contou-nos  que, certa vez, fez um estrangulamento a um jovem, para defender-se, e a pessoa ficou inconsciente por alguns minutos. “ É algo de que não me orgulho, apesar de ter usado como auto-defesa, que é uma das funções do jiu-jitsu. Evitamos ao máximo, mas às vezes é necessário defendermo-nos. O estrangulamento é uma técnica complexa do jiu-jitsu que não deve ser feita sem conhecimentos. Digo sempre aos meus alunos para não andarem por aí a experimentar certas coisas em pessoas normais, que pouco ou nada entendem da nossa arte. E como aqui nós trabalhamos o corpo e a mente, não só formamos lutadores, mas sim atletas conscientes do seu papel na sociedade”, frisou.


EM MARÇO, O CAMPEONATO
A Roger Gracie Academy Jiu-jitsu Angola está presente em três academias de Luanda: no Fitness, no Team Elite e no Complexo Emirais. Quando questionado dos patrocínios o jovem afirmou: “As artes marciais estão a crescer de maneira saudável em Angola. Neste momento tenho conhecimento de quatro escolas de Jiu-jitsu no país que apesar de algumas divergências, devem todas ser felicitadas pelo trabalho que têm feito, pois têm contribuído para a valorização das artes marciais em Angola. Alguns atletas foram ao campeonato que aconteceu na África do Sul e trouxeram prémios para a nação. É preciso investir e patrocinar tais talentos”.
No ano passado, a Roger Gracie Academy e a Academia Gracie Barra levaram 10 atletas ao mundial de jiu-jitsu, nos Estados Unidos. “Infelizmente não trouxemos títulos mas este ano, em Junho, tencionamos voltar a participar com força total”, frisou Hélio.
Os atletas estão a preparar-
se também para o campeonato nacional que acontecerá em Março, a partir do dia 15, em Luanda. As quatro escolas da capital irão participar no evento. Será uma grande oportunidade para ver esta arte marcial ser praticada 
com profissionalismo, 
sempre dentro dos princípios do jiu–jitsu.

O PROFISSIONAL E O AMADOR
Jandir Bezerra (à esquerda) é natural do Recife, estado de Pernambuco, Brasil. Sempre foi apaixonado pelo jiu-jitsu e como já treinava no Brasil, quando chegou a Angola fez questão de procurar um sitio para continuar a praticar. É faixa castanha numa modalidade que já lhe proporcionou episódios engraçados: “uma vez, durante uma luta num campeonato, o outro concorrente aproveitou-se do facto de eu usar aparelho dentário e roçou o quimono dele, todo suado, na minha boca… eu tive que desistir pois não aguentei aquilo (risos)”.
Todos conhecem Caló Pascoal (à direita) como cantor e produtor musical e, para a nossa surpresa, existem facetas desconhecidas deste artista que há anos nos tem habituado com sucessos musicais. “Comecei a treinar há três semanas e me tenho divertido bastante. Como já treinava kickboxing decidi também aprimorar os meus conhecimentos com o jiu-jitsu. É uma arte muito boa, que nos permite relaxar a mente e manter o corpo saudável. Os treinos têm-me ajudado a conciliar as minhas outras actividades e podem crer que o meu próximo disco terá uma séria influência dos ensinamentos do jiu-jitsu. O Hélio é um bom professor e eu aconselho todos a treinarem”, declarou.


A PRINCESA DO GRUPO
Dos 30 alunos duas são meninas. Tivemos a oportunidade de conversar com Irina Mirandela, uma jovem simpática, de rosto angelical e as unhas pintadas de vermelho, que há quase um ano treina jiu-jítsu. “Comecei pelo karaté, vim aqui parar e gosto muito do que faço. Quanto às lesões, são ossos do ofício. Para alguns movimentos mais bruscos usamos a protecção necessária, caso da placa dentária”, explicou a jovem.


O VIAJANTE DO Jiu-jitsu
Hélio Jorge Paleje Jasse Pereira começou a treinar artes marciais com sete anos. Já praticou karaté, judo, capoeira, aikidó, kick boxing e muai tai e por fim o jiu-jitsu. É actualmente faixa preta na modalidade, “fui graduado pelo campeão mundial de jiu-jitsu, Roger Gracie, ele faz parte da família Gracie, uma das maiores percursoras do jiu-jitsu pelo mundo. Tive a honra de treinar com ele durante 5 anos”, relembra emocionado.
O jovem que faz do jiu-jitsu o seu modo de vida, já ganhou alguns títulos pela modalidade: “Fui vice-campeão europeu, campeão europeu, vice campeão pan americano, entre outros… enfim, tenho várias medalhas em casa (risos)”.
A maior luta de Hélio é provar que o jiu-jitsu não serve apenas para o desenvolvimento físico. “O jiu-jitsu vai além disso. É a arte do toque, onde temos a oportunidade de mostrar às pessoas que só têm a ganhar quando permitem que um corpo são esteja de acordo com a mente, que também tem de ser sã. O jiu-jitsu é um mundo e permite-nos ser muita coisa, permite-nos meditar… só depende de nós, da nossa dedicação por um mundo melhor”, explicou.

A origem do sistema colorido de faixas nas Artes Marciais


Lendas e mitos floresceram junto com a prática de artes marciais, tais como o judô e o karate, desde o começo. Ainda, parece não haver significância maior do que aquela associada com as origens místicas da cobiçada faixa preta. Para o espanto de muitos praticantes de artes marciais, a história da faixa preta é um tanto pequena no contexto geral.
Muitas histórias existem a respeito da honrada faixa preta em vários estilos de artes marciais. Uma das mais comuns que se ouve é a de que o artista marcial novato começou tradicionalmente com uma faixa branca. Como ele treinou e praticou durante anos, a faixa tornou-se suja, primeiramente marrom e finalmente preta assim que aperfeiçoou suas habilidades marciais. Apesar dessa extraordinária metáfora ter sido fornecida com um pouco de folclore, infelizmente, não se tem nenhuma fonte verídica. As faixas coloridas nunca fizeram parte da antiga tradição das artes marciais.
Na verdade, a faixa preta foi usada primeiramente para designar a habilidade ou o grau no Judo Kodokan há pouco mais de cem anos. O Dr. Jigoro Kano, um educador e entusiasta do esporte foi o primeiro a usar a faixa preta como um símbolo para os estudantes graduados e possuidores de Dan em sua escola, a Kodokan, fundada em 1882, em Tokyo. Antes disto, as escolas de Jujutsu, como a maioria das outras escolas de artes japonesas tradicionais, utilizavam o complicado sistema de Menkyo como uma forma de licenciar os estudantes aos níveis técnicos de habilidades particulares.
Uma compreensão do sistema educacional japonês e das circunstâncias sociais requerem uma perspectiva histórica. O treinamento sistemático de guerra e de armas desenvolveu-se primeiramente nas tradições marciais, escolas, ou estilos (ryu ha) entre os séculos 11 e 15. Os Samurais reuniram-se em clãs, centrados em torno das famílias ou regiões, para o treinamento de armas específicas e técnicas marciais. Assim que o treinamento se tornou mais distinto e individual, os estilos marciais ou escolas (bujutsu ryu) começaram a se formar no início do período Tokugawa (1600-1868).
Antigas artes marciais do Japão foram eventualmente classificadas em dezoito ramificações diferentes, como mencionadas no Bugei Ju-Happan. Basicamente, estas categorias são: kyujutsu, hojutsu, tantojutsu, naginatajutsu, mojirijutsu, bajutsu (horsemanship), sojutsu, shurikenjutsu, ganshinjutsu, toritejutsu, kusarigamajutsu, bojutsu, shinobijutsu, suijutsu, kenjutsu (swordsmanship), battojutsu, jutte-jutsu, jujutsu. Paralelamente, muitas escolas de outras artes, tais como a caligrafia (shodo), pintura (sumi-e), ou as formas de cerimônia do chá (chado), foram criadas também para disseminar suas técnicas e estilos distintos. Estas escolas também usaram o sistema do Menkyo para licenciar seus graduados.
Geralmente os estudantes destes antigos ryu já foram primeiramente licenciados como Shoden. Seus rankings progrediram então com Chuden, Okuden/Mokuroku, Menkyo, e finalmente, Menkyo Kaiden, o último significado, literalmente, “licença da transmissão total”. Entretanto, cada ryu ha seguiu seus próprios critérios para licenciar estudantes. A seqüência particular e mesmo os vários títulos eram frequentemente diferentes entre si.
As Graduações (rank) eram designadas geralmente por certificados especialmente criados ou por cartas escritas à mão do professor ou fundador. Freqüentemente, os níveis mais elevados eram acompanhados da apresentação de um Densho, pergaminhos de instruções manuscritas ou de registros dos segredos dos fundadores das várias escolas. Alguns Densho forneciam instruções detalhadas e ilustrações gráficas de técnicas particulares. Outros usavam palavras e/ou caracteres descritivos que serviam como uma ajuda à memória para técnicas avançadas (memória minemônica). Os últimos documentos originais eram sem sentido às pessoas não familiarizadas com a linguagem particular dos ryu ha.
Devido à natureza sigilosa dos vários ryu ha e seus instrutores, o sistema de graduação do menkyo teve várias desvantagens. Primeiramente, não havia nenhuma maneira de avaliar ou comparar níveis de habilidade equivalentes dos graduados das escolas diferentes. Adicionalmente, as etapas entre licenças separadas podiam levar o praticante a qualquer lugar de alguns meses a diversos anos, dependendo da filosofia ou do estilo particular do professor.
Em sua juventude, Kano aprendeu primeiramente as bases do jujutsu de Teinosuke Yagi. Mais tarde, estudou o jujutsu de Tenshin Shinyo Ryu sob Hachinosuke Fukuda e Masatomo Iso, bem como o jujutsu Kito Ryu sob Tsunetoshi Iikubo. Foi iniciado nos segredos de ambas as escolas.
Após ter fundado sua própria escola; o Kodokan em 1882, Dr. Kano fez também estudos acadêmicos de muitos outros estilos do jujutsu. Além a visitar e praticar com os mestres ainda vivos, examinou com cuidado o Densho dos outro ryu ha de jujutsu. Logo depois que se decidiu dar forma a seu próprio estilo de jujutsu, Dr.. Kano revisou também o sistema de graduação (ranking), criando dez etapas com os intervalos relativamente curtos para manter os estudantes de judo interessados em progredir através dos vários níveis técnicos.
Em 1883, o Dr. Kano dividiu seus estudantes em dois grupos, dos não-graduados (mudansha) e dos graduados (yudansha), de acordo com Naoki Murata, diretor do museu de judo do Kodokan. Os primeiros yudansha, ou grau Shodan, eram dois estudantes famosos no Kodokan nesse tempo, nomeados Tsunejiro Tomita e Shiro Saigo. Estes dois estudantes foram também os primeiros promovidos a segundo dan um ano mais tarde.
Shiro Saigo, imortalizado no romance de ficção de Tsuneo Tomita, o “Sugata Sanshiro,” e nas adaptações nos filmes de Akira Kurosawa (década de 40) sobre os infames torneios entre o judo e o jujutsu, pulou o terceiro dan e foi promovido diretamente a quarto dan no ano seguinte, em 1885, relata Muraka. Neste período, todas as graduações de Dan foram anunciadas diretamente pelo Dr. Kano ou fixadas em placas no Kodokan.
As faixas pretas não foram usadas como símbolos de graduação Dan no Kodokan até 1886 ou 1887, relembra Muraka, sobre a época dos torneios metropolitanos da polícia de Tokyo entre a escola de jujutsu fundada por Hikosuke Totsuka e pelo Kodokan do Dr. Kano. Após a vitória decisiva do Kodokan, os certificados ou os diplomas não foram emitidos pelo Kodokan até 1894, quase onze anos após a criação do sistema de graduação Dan do judo.
Eventualmente, a habilidade ou o nível do judoka vieram a ser denotados pelas faixas coloridas usadas em torno da cintura com o judogi. No Japão, as faixas brancas são geralmente usadas por todas as graduações de kyu, embora algumas escolas usem também a faixa marrom para indicar os níveis mais elevados do kyu. As faixas azul, amarela, alaranjada, verde, e roxa usadas pelos níveis intermediários do kyu tiveram origem na Europa e foram importadas para o sistema dos Estados Unidos durante o início dos anos 50.
As faixas pretas são tradicionalmente usadas pelos praticantes competitivamente graduados, primeiro dan (shodan) até o quinto dan (godan). Uma faixa vermelha e branca é usada pelos níveis merecidos pelo serviço prestado ao judo, sexto dan (rokudan) até o oitavo dan (hachidan), e as faixas inteiramente vermelhas são reservadas para o nono dan (kudan) e o décimo dan (judan).
O karate incorporou ambos os sistemas, a graduação Dan e o uso da faixa preta, quando Gichin Funakoshi, o mestre do karate de Okinawa, primeiramente demonstrou e mais tarde ensinou a base de sua arte marcial de Okinawa no Japão durante a década de 20 no Kodokan. O sistema de graduação Dan foi eventualmente incorporado ao Kendo (a arte da espada), ao Aikido, e à maioria das outras artes tradicionais.
A origem das faixas coloridas, bem como, o significado das cores particulares, ainda é encoberta de mistérios, e pode permanecer perdida na história. Embora não tenha deixado nenhuma razão registrada para as várias cores usadas, o Dr. Kano deixou alguns indícios. De acordo com sua doutrina filosófica, não há limites para as melhorias e para o progresso que se pode ter no seu treinamento de judo. Assim, o Dr. Kano acreditou que se alguém conseguisse um estágio mais elevado do que o décimo dan, retornaria conseqüentemente à faixa branca, terminando desse modo o círculo completo do judo, como o ciclo da vida.
No caso desta eventualidade, deve-se salientar que o Kodokan decidiu que a faixa usada por tal pessoa deveria ser aproximadamente duas vezes mais larga que a faixa comum, para impedir que os novatos confundissem o significado. Até agora, o Dr. Kano é a única pessoa com a graduação de décimo segundo dan e com o título de Shihan.
O Dr. David Matsumoto, autor de “An introduction to Kodokan history and philosophy”, cita uma combinação de duas possibilidades para o uso tradicional das faixas brancas, o significado simbólico da cor e dos aspectos práticos da produção do uniforme.
“Primeiramente, o branco teve um significado especial, simbólico na cultura japonesa por séculos”, Dr. Matsumoto escreve. “O povo japonês considera geralmente a cor branca como sendo o reflexo da pureza divina desde épocas antigas.”
Assim, as faixas brancas podem ser mais apropriadas para refletir a pura inocência e virtude dos iniciantes, de acordo com o Dr. Matsumoto. Pode também refletir a seleção do algodão usado no material do judogi. Após o uso e lavagem freqüente, o material colorido ou amarelo natural do algodão tende a tornar-se branco.
Uma suposição não-autêntica a respeito das faixas pretas usadas pelos níveis Dan é que o Dr. Kano emprestou o conceito dos esportes japoneses das escolas de ensino médio. Os competidores avançados eram separados dos novatos em torneios de natação por uma fita preta usada em torno da cintura. Como um distinto educador e entusiasta dos esportes, o Dr. Kano estava certamente ciente desta tradição e pode tê-la incorporado em suas práticas no Kodokan.
A seleção das faixas vermelhas e brancas para distinguir os níveis mais elevados pode também ter sido baseada em uma preferência cultural simples, de acordo com Meik Skoss, um notável historiador das artes marciais e autor de artigos numerosos sobre artes marciais japonesas. Os Japoneses dividem tipicamente grupos em lados vermelhos e brancos, baseados em um evento histórico pivotante. A Genpei War era uma disputa entre dois clãs rivais, o Genji e Heike. O Genji usava as bandeiras brancas para identificar suas tropas no campo de batalha, enquanto o Heike usava bandeiras vermelhas.
Como exemplos, o Sr. Skoss aponta o semestral jogo Kouhaku Shiai do Kodokan, onde os estudantes de judô são divididos em dois grupos, vermelhos e brancos. Esta competição teve início logo depois que o Kodokan foi formado e transformou-se em um evento tradicional. Além do mais, os competidores no judo moderno são distinguidos por uma faixa branca ou vermelha na cintura, enquanto que os competidores do kendo são identificados por um tasuki vermelho ou branco, uma fita pequena amarrada à parte traseira da armadura.
Dr. Kano tinha uma afinidade particular por idiomas e grande interesse acadêmico em literatura clássica Chinesa, especialmente o I Ching, ou Livro das Mutações. O I Ching é basicamente uma coleção de sabedorias morais e políticas baseadas no conceito dos opostos mútuos, o Yin e o Yang. A escolha das faixas vermelhas e brancas feita pelo Dr. Kano deve ter sido uma representação simbólica do princípio da harmonia indicado pelo equilíbrio de Yin e Yang.
Por outro lado, a criação do sistema de graduação Dan do Dr. Kano deve ter representado uma rejeição radical à cultura japonesa e uma maneira deliberada de diferenciar seu novo e melhorado sistema, dos estilos tradicionais de Jujutsu, de acordo com Skoss.
“A era Meiji foi uma época de grandes mudanças sociais, econômicas e políticas – e Kano estava certo no meio disso tudo,” disse Skoss. “Ele foi um inovador em seus métodos e teve alguns problemas óbvios com a cultura feudal japonesa. Por exemplo, ele não ficava feliz com a maneira que muitos praticantes de jujutsu eram como os Punks das ruas, e que usavam o que tinham aprendido para extorquir dinheiro dos transeuntes ou para satisfazer seus egos distorcidos.”
Como um educador e um racionalista, que desdenhou superstições sem fundamentos, Dr. Kano quis criar um sistema de treinamento que não fosse prejudicar o físico de seus alunos e também levasse ao desenvolvimento de um padrão moral elevado e um forte caráter individual. Ainda, ela estava em conflito com os ryu mais antigos de Jujutsu, mas, sentiu muito que a tradição cultural tinha sido validamente preservada . Sua adoção de um sistema novo de graduação deve ter sido uma rejeição às tradições do Jujutsu e uma preservação da hierarquia tradicional japonesa.
“A sociedade japonesa é verticalmente estruturada” Skoss explica. “Um forte senso de posição relativa está presente em toda a interação social, e símbolos de graduação também tem sido parte de uma cultura voltada para o período Heian e até mesmo antes.”
Skoss citou a adoção dos níveis de hierarquia encontrados nos mais antigos relatos da soberania Imperial Japonesa, bem como os chapéus coloridos denotando níveis e fortes regulamentações indicando relações de graduação durante esses períodos. A utilização das faixas coloridas pelo Dr. Kano para denotar níveis de graduação deve ter sido desenvolvida a partir dessas tradições, de acordo com Skoss.
Seja qual for a razão, a obtenção da faixa preta ainda representa uma significante evolução em habilidades técnicas e habilidades competitivas para a maioria dos Judokas de todo o mundo. Contudo, como todos os Judokas graduados com Shodan rapidamente aprendem, isto também representa um passo inicial no caminho para uma consciência superior e um grande aperfeiçoamento, e que pode levar uma vida inteira de dedicação.
NOTA DA TRADUÇÃO: No Instituto Takemussu, quando o praticante chega em torno do 3 Kyu, o Sensei Wagner Bull faz uma avaliação e se percebe que a pessoa sabe cair muito bem, e os movimentos do Aikido estão já incorporados em seus reflexos, e também se a pessoa mostra amor e dedicação pelo Aikido, recebe então o direito de usar o Hakama!. Assim no Instituto Takemussu a pemissão do uso do Hakama significa que o Aikido já “entrou no sangue” do praticante.  Tradução feita por Cristiano Lobo – Instituto Takemusu Dojo Central.
Fonte – Instituto Takemussu

Jiu-jitsu brasileiro em Portugal



Jiu-jitsu brasileiro em Portugal

O Jiu-jitsu chegou a Portugal em 1996 pelas mãos do professor Lauro Figueirôa, que foi com o objetivo de difundir o jiu-jitsu Gracie. Apesar de pouco ou quase nenhum recurso, conseguiu angariar bastantes alunos.
Em 1997 foi quando se realizou o primeiro capeonato da modalidade, realizado dentro da discoteca Bafureira Beach Club (antigo Scala), em São Pedro do Estoril.
Em 1998, o professor Lauro Figueiroa em conjunto com o Grupo SuperStar promoveu o primeiro confronto de vale-tudo em Portugal, entre o o próprio professor, representando o jiu-jitsu e o Mestre Pichote, representando a Capoeira (luta demonstração).
Em 2000, houve a disputa do primeiro Cinturão português de Vale-tudo, entre o Lauro, contra o tricampeão francês de Free-Fight, Eurico Soares. Luta vencida por Lauro por nocauteaos 30 segundos do primeiro round. Compareceram ao evento mais de 4.000.
Em 2001, em viagem ao Rio de Janeiro, o Lauro Figueiroa recebeu o convite do Grande Mestre Carlos Gracie Jr. para representar oficialmente a família Gracie em Portugal. Em 2002, devido ao grande crescimento do jiu-jitsu em Portugal e à imigração de muitos professores de Jiu-jitsu, Lauro funda a Associação Luso-Brasileira de Jiu-Jitsu e realiza a 25 de abril deste ano o 1º Campeonato Nacional de Jiu-jitsu Brasileiro. Neste mesmo ano o Profº Lauro F. organiza e prepara a primeira seleção portuguesa de Jiu-jitsu, que viaja com ele para o Campeonato Mundial no Rio de Janeiro – Brasil, trazendo como resultado uma medalha de prata da atleta Carolina Prado e um quarto lugar.
Em 2003, novamente o professor Lauro Figueiroa leva uma delegação portuguesa para o Campeonato Mundial no Rio de Janeiro – Brasil, trazendo mais uma medalha de prata da atleta Carolina Prado e no mesmo ano no Campeonato Master e Senior leva atletas onde conquintam uma medalha de ouro e outra de bronze.
O jiu-jitsu começou a ter maior número de praticantes a partir de 2000/2001, quando se abriram varias academias na zona de Lisboa.
Em 2003, a academia Brigadeiro perdeu o professor Marcos Koji e chegaram a Portugal os professores Marcelo Bernardo e Arnaldo “Pitbull” Santos para dar continuidade ao trabalho feito por Koji.
Em 2004, a Associação Luso-Brasileira de Jiu-Jitsu dirigida pelo professor Lauro, em parceria com a Confederação Brasileira e a Federação Internacional de Jiu-Jitsu, realiza o 1º Campeonato Europeu de Jiu-Jitsu da história e com grande sucesso conseguem a participação de atletas de mais de dez paises oriundos não só da Europa, como também dasAméricas e da Ásia.
Neste mesmo ano, Lauro Figueirôa passa a representar a International Budo Union e recebe o cargo de delegado para todo Brasil a convite do Grande Mestre Pedro Dabauza, nono dande Jiu-jitsu tradicional.
Atualmente o Jiu-jitsu está espalhado por Portugal por conta de muitos alunos formados para o ensino do Jiu-Jitsu Brasileiro, entre outros professores que imigraram.

jiu-jitsu ou jiu-jítsu


jiu-jitsu ou jiu-jítsu (em japonês 柔術, transl. , “suavidade”, “brandura”, e jutsu, “arte”, “técnica”)[a] é uma arte marcial japonesa, porém de origem indiana, que utiliza alavancas e pressões para derrubar, dominar e submeter o oponente, tradicionalmente sem usar golpes traumáticos, que não eram muito eficazes no contexto em que a luta foi desenvolvida, porque os samurais (bushi) usavam armaduras.
No Japão, o termo judô foi usado para se diferenciar do antigo ju-jitsu, quando Jigoro Kano desenvolveu um método pedagógico reunindo as técnicas do ju-jitsu. Os ideogramas Kanji japoneses de Ju jitsu, podem receber diferentes pronúncias. O ideograma “jiu” de jiu-jitsu (柔術) e “ju” de judô (柔道), são na verdade o mesmo.
Basicamente no Jiu-Jitsu usa-se a força (própria e, quando possível, do próprio adversário) em alavancas, o que possibilita que um lutador, mesmo sendo menor que o oponente, consiga vencer. No chão, com as técnicas de estrangulamento e pressão sobre articulações, é possível submeter o adversário fazendo-o desistir da luta (competitivamente), ou (em luta real) fazendo-o desmaiar ou quebrando-lhe uma articulação.






























Fonte: http://pt.wikipedia.org/

Sobre Ju Jitsu


A Arte Suave
Jiu-jitsu ou jujutsu (jujutsu – arte versátil, suave) é uma arte marcial que utiliza golpes de articulação, como torções de braço, tornozelo e estrangulamentos, para imobilizar o oponente. Inclui também quedas, golpes traumáticos e defesas pessoais, como saídas de gravata, esquivas, contra-golpes etc.
Basicamente usa-se o peso e a força do adversário contra ele mesmo. Essa característica da luta possibilita que um lutador, mesmo sendo menor que o oponente, consiga vencer. Outra característica marcante o diferencia de outras artes: suas avançadas técnicas de luta de chão, com a qual é possível finalizar um adversário por meio de uma queda e usando-se torções com ambos deitados.
Algumas técnicas básicas no Jiu Jitsu
Apesar de se tornar mais popular no Japão, a história do jiu-jitsu começou na Índia (por isso a cognominação “o berço das artes marciais”), há mais de dois mil anos. Os monges indianos eram proibidos, pela religião, de se defenderem com armas. Mas em suas longas caminhadas, eram atacados por bandidos das tribos mongóis do norte da Ásia, nascendo então a necessidade de defesa corpo-a-corpo.
Conhecedores de pontos vitais do corpo, desenvolveram um tipo de defesa especial para o tipo físico do seu povo, franzino e de baixa estatura. Essa espécie de embrião do jiu-jitsu acabou atravessando as fronteiras da China, onde suas técnicas também foram desenvolvidas como um sistema de defesa, até alcançar o arquipélago japonês, lá desenvolvido e praticado apenas por nobres e samurais.
O Jiu Jitsu era praticado apenas por nobres e samurais
Antigamente havia vários estilos de jiu-jitsu e cada lutador tinha seu estilo próprio. Por isso o jiu-jitsu era conhecido por vários nomes, tais como: kumiuchi, aiki-ju-jitsu, koppo, tai-jutsu, gusoku, oshi-no-mawari, yawara, hade, jutai-jutsu, shubaku e outros.
No fim da era Tokugawa, existiam cerca de 700 estilos de jiu-jitsu, cada qual com características próprias.
Alguns davam mais ênfase às projeções ao solo, torções e estrangulamentos, ao passo que outros enfatizavam golpes traumáticos como socos e chutes. A partir de então, cada estilo deu origem ao desenvolvimento de artes marciais conhecidas atualmente de acordo com suas características de luta, entre elas o judô, o caratê e o aikidô.
Judo, Karate e Aikido – Origem no Jiu Jitsu
Por muito tempo, o jiu-jitsu foi a luta mais praticada no Japão, até o surgimento do judô, em 1882. O jiu-jitsu era tratado como uma das jóias mais preciosas do Oriente. As artes marciais eram tão importantes na sociedade japonesa que chegaram a ser, por decreto imperial, proibidas de ser ensinado fora do Japão e/ou aos não japoneses, proibição que atravessou os séculos até a primeira metade do século 20. Era considerado crime de lesa-pátria ensiná-las aos não japoneses. Quem o fizesse era considerado traidor do Japão, condenado à morte, sua família perdia todos os bens que tivesse e sua moradia era incendiada. Com a introdução da cultura ocidental no Japão, promovida pelo Imperador Meiji (1867-1912), as artes marciais cairam em relativo desuso em função do advento das armas de fogo, que ofereciam a possibilidade de eliminação rápida do adversário sem o esforço da luta corporal. As artes de luta só tornaram a serem valorizadas mais tarde, quando o ocidente também já apreciava esse tipo de luta.
Mitsuyo Maeda – o Conde Koma
Mitsuyo Maeda, conhecido como Conde Koma, foi um grande mestre de jiu jutsu e judô da Kodokan, nos primórdios deste, quando ainda era próxima a ligação destas duas artes, e muitas vezes se citava aquela por esta. Depois de percorrer vários países com seu grupo, chegou ao Brasil em 1915 e fixou residência em Belém do Pará, existindo até hoje nessa cidade a Academia Conde Coma.
Mitsuyo Maeda em ocasiões diversas
Um ano depois, conheceu Gastão Gracie. Gastão era pai de oito filhos, sendo cinco homens, tornou-se entusiasta do Judô e levou seu filho Carlos Graciepara aprender a luta japonesa.
Carlos Gracie
Pequeno e frágil por natureza, Carlos encontrou no jiu-jitsu o meio de realização pessoal que lhe faltava. Com dezenove anos de idade, transferiu-se para o Rio de Janeiro com a família, sendo professor dessa arte marcial e lutador. Viajou por outros estados brasileiros, ministrando aulas e vencendo adversários mais fortes fisicamente.
Hélio Gracie
Em 1925, voltando ao Rio de Janeiro e abrindo a primeira Academia Gracie de jiu-jitsu, convidou seus irmãos Osvaldo e Gastão para assessorá-lo e assumiu a criação dos menores George, com quatorze anos, e Hélio Gracie, com doze. A partir daí, Carlos transmitiu seus conhecimentos aos irmãos, adequando e aperfeiçoando a técnica à condição física franzina, característica de sua família.
Também transmitiu-lhes sua filosofia de vida e conceitos de alimentação natural, sendo um pioneiro na criação de uma dieta especial para atletas, aDieta Gracie, transformando o jiu-jitsu em sinônimo de saúde.
Carlos Gracie e Hélio Gracie
Detentor de uma eficiente técnica de defesa pessoal, Carlos Gracie vislumbrou no jiu-jitsu um meio para se tornar um homem mais tolerante, respeitoso e autoconfiante. Com o objetivo de provar a superioridade do jiu-jitsu e formar uma tradição familiar, Carlos Gracie desafiou grandes lutadores da época e passou a gerenciar a carreira dos irmãos.
Lutando contra adversários vinte, trinta quilos mais pesados, os Gracie logo conseguiram fama e notoriedade nacional. Atraídos pelo novo mercado que se abriu em torno do jiu-jitsu, muitos japoneses vieram para o Rio de Janeiro, porém nenhum deles formou uma escola tão sólida quanto a da Academia Gracie, pois o jiu-jitsu praticado por eles privilegiava somente as quedas (já vinham com a formação da Kodokan do mestre Jigoro Kano), já o dos Gracie enfatizava a especialização: após a queda, levava-se a luta ao chão e se usavam os golpes finalizadores, o que resultou numa espécie de luta livre de quimono.
Arm Lock – Carlos Gracie em ação com Flavio Behring
Ao modificar as regras internacionais do jiu-jitsu japonês nas lutas que ele e os irmãos realizavam, Carlos Gracie iniciou o primeiro caso de mudança de nacionalidade de uma luta, ou esporte, na história esportiva mundial.
Anos depois, a arte marcial passou a ser denominada de gracie jiu-jitsu oubrazilian jiu-jitsu, sendo exportada para o mundo todo, até mesmo para o Japão.
Carlos e Hélio Gracie com seus alunos, dentre eles, Flavio Behring
Hélio Gracie passa a ser o grande nome e difusor do jiu-jitsu, formando inúmeros discipulos, dentre eles Flavio Behring e Caio Henrique Martins Lopes (14), patriarca de outra grande dinastia familiar do Brazilian jiu-jitsu.
Grande Mestre Flavio Behring
George Gracie foi um desbravador, viajou por todo o Brasil, no entanto estimulou o jiu-jitsu principalmente em São Paulo, tendo como alunos nomes como Nahum RabayCandocaOsvaldo CarnivalleRomeu Bertho, dentre outros.
George Gracie
Royce Gracie e Rickson Gracie, filhos de Hélio Gracie, merecem um capítulo à parte pelo valor com que se impuseram como gladiadores e difusores da técnica e eficiência do jiu-jitsu nas arenas dos Estados Unidos e do Japão.
Rickson e Royce Gracie
O jiu-jitsu hoje é o esporte individual que mais cresce no país: possui cerca de 350 mil praticantes com 1.500 estabelecimentos de ensino somente nas grandes capitais. Na parte de educação, o ensino do jiu-jitsu ganhou cadeira como matéria universitária (Universidade Gama Filho).
CBJJ e IBJJF – sob a responsabilidade do Mestre Carlos Gracie Jr
Com a criação da Federação de Jiu-Jitsu Brasileiro, as regras e o sistema de graduação foram sistematizados, dando início a era dos campeonatos esportivos. Hoje mais organizado, o Jiu-Jitsu Brasileiro já conta com uma Confederação e uma Federação Internacional, fundadas por Carlos Gracie Jr. como presidente (das duas entidades) e José Henrique Leão Teixeira Filho como vice-presidente da CBJJ, os dois partiram para uma organização nunca vista antes em competições de jiu-jitsu, as competições nacionais e internacionais que vem sendo realizadas, confirmam a superioridade dos lutadores brasileiros, considerados os melhores do mundo, e projetaram o jiu-jitsu ou brazilian jiu-jitsu, como a arte marcial que mais cresce no mundo atualmente.